sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dia Internacional do Livro

O Dia Internacional do Livro teve a sua origem na Catalunha, uma região semi-autônoma da Espanha.


A data começou a ser celebrada em 7 de outubro de 1926, em comemoração ao nascimento de Miguel de Cervantes, escritor espanhol. O escritor e editor valenciano, estabelecido em Barcelona, Vicent Clavel Andrés, propôs este dia para a Câmara Oficial do Livro de Barcelona.

Em 6 de fevereiro de 1926, o governo espanhol, presidido por Miguel Primo de Rivera, aceitou a data e o rei Alfonso XIII assinou o decreto real que instituiu a Festa do Livro Espanhol.

No ano de 1930, a data comemorativa foi trasladada para 23 de abril, dia do falecimento de Cervantes.

Mais tarde, em 1996, a UNESCO instituiu 23 de abril como o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, em virtude de a 23 de abril se assinalar o falecimento de outros escritores, como Josep Pla, escritor catalão, e William Shakespeare, dramaturgo inglês.

No caso do escritor inglês, tal data não é precisa, pois que em Inglaterra, naquele tempo, ainda utilizava o calendário juliano, pelo que havia uma diferença de 10 dias apara o calendário gregoriano usado em Espanha. Assim Shakespeare faleceu efectivamente 10 dias depois de Cervantes.
Para incentivar a leitura e proporcionar um momento prazeroso aos alunos, a EMEF ELIAS SHAMMASS montou no saguão do segundo piso um espaço dedicado a leitura.

Os alunos podem se sentar na mesa escolhida de acordo com os temas propostos ou se acomodar no tapetão para ler  o livro que escolheu.

Bullying - PAZ na Escola










Paz na Escola, este foi o tema das atividades desenvolvidas na EMEF ELIAS SHAMMASS na comemoração de Páscoa. Os alunos fizeram leituras variadas sobre o tema PAZ, apresentaram os símbolos da Páscoa e músicas que abordavam os temas família, sociedade, preservação da natureza, ética e cidadania.  

E.M.E.F ELIAS SHAMMASS homenageia a escritora Carolina Maria de Jesus no desfile da Cidade Tiradentes.




A EMEF ELIAS SHAMMASS compareceu ao desfile na última quinta-feira, 21 de Abril,  na comemoração do aniversário da Cidade Tiradentes. A escola fez uma homenagem à escritora Carolina Maria de Jesus. O CLUBE DE LEITURA parabeniza todas as escolas que participaram deste desfile que homenageou as mulheres. Todas as escolas tiveram um ótimo desempenho com excelentes apresentações e os alunos se empenharam muito. 

Biografia de Carolina Maria de Jesus

Quilombo de palavras


2. A voz da favela (ou nas margens da Marginal)

Carolina Maria de Jesus. Foto de Audálio Dantas

publicada na primeira edição de Quarto de Despejo

(1960)




Você vai ler uma história escrita por Carolina Maria de Jesus , escritora que, nos anos sessenta do século XX, agitou o cenário cultural brasileiro. Negra, catadora de papel e favelada, Carolina não correspondia ao perfil tradicional de escritor. Ao menos do escritor brasileiro até aquela época.

O episódio por meio do qual conseguiu publicar seu primeiro livro e tornar-se escritora já parece história de romance: Audálio Dantas , jornalista do Diário de São Paulo, ao fazer uma reportagem sobre um playground próximo à favela do Canindé conheceu Carolina, que lá morava. A favela ficava onde hoje é o estádio da Portuguesa de Desportos na Marginal do rio Tietê, na cidade de São Paulo. Chegando lá, Audálio ficou sabendo que a moradora de um dos barracos estava escrevendo um livro. Ficou curioso e foi procurar a escritora. Conheceu uma bela negra, alta e magra, com três filhos, cercada de cadernos velhos encontrados na rua e que ela ia enchendo com histórias, poemas e peças de teatro.

O jornalista ficou impressionado com a quantidade e com a qualidade do material e conseguiu editor para o diário de Carolina, efetivamente publicado em 1960 pela Editora Francisco Alves, com o sugestivo título Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada .

Fazia tempo que Carolina queria publicar um livro. Na favela em que morava, a divulgação desta sua intenção funcionava como uma espécie de "ameaça": Carolina dizia a todos que de alguma forma a agrediam que "ia botar no livro" o que estavam fazendo com ela. O livro, quando publicado, efetivamente chocou e assustou muita gente, caindo como bomba no cenário brasileiro da época. Quem era aquela negra que, na linguagem dos despossuídos e dos desescolarizados, trazia para um livro o testemunho da vida nas ruas, o depoimento do dia-a-dia de uma mãe solteira?

Pela qualidade de seu texto e pela inovação que representava no mundo das letras, Carolina foi uma das autoras brasileiras mais traduzidas nos anos sessenta e setenta. Sua história correu mundo em várias línguas .

Os textos publicados no livro, no entanto, eram apenas uma pequena parte de seus escritos. Depois da estréia, Carolina publicou outros livros, todos de recorte documental e autobiográfico. Sua ficção e seu teatro, registrados nas mais de 4.500 páginas manuscritas que ocupam 37 cadernos, continuam praticamente inéditos. Uma seleção de sua poesia foi publicada, em 1996, pela Editora da Universidade Federal do Rio de Janeiro . Para ler alguns poemas desta antologia clique aqui .

Eustáquio Neves. Sem Título. Série Caos

Urbano. Belo Horizonte, MG, 1997

Quarto de Despejo antecipou o gênero "depoimento" e "testemunho" que, no final do século XX, tanto encanta leitores e estudiosos da literatura. No caso dos diários de Carolina, no entanto, ao desejo de conhecer a vida alheia soma-se um outro fator de interesse: o cotidiano que seu livro devassa é muito distinto daquele em que vivem seus leitores. Já pelo título da obra de estréia, o leitor percebe que vai adentrar lugares aos quais não está habituado. Quarto de Despejo promete e traça uma cartografia de espaços degradados, relacionados a restos, a desordem, a coisas que ninguém mais quer. A própria Carolina desvela a metáfora que serve de título ao seu livro:

(...) em 1948, quando começaram a demolir as casas térreas para construir os edifícios, nós, os pobres que residíamos nas habitações coletivas, fomos despejados e ficamos residindo debaixo das pontes. É por isso que eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos .

A vontade de conhecer e entender o outro, na busca por um mundo mais justo manifesta-se com freqüência nos anos sessenta, talvez na esteira da vitoriosa revolução socialista cubana . Também nessa época intensifica-se o movimento feminista, passando as mulheres a exigir condições de vida e de trabalho iguais às dos homens. Veja na cronologia alguns eventos ligados ao feminismo. Ainda que muito tenuemente, começa-se a pensar que, embora sejamos todos diferentes (mulheres e homens, negros e brancos, brasileiros e europeus) devemos ser todos tratados de forma igual, devemos ter todos os mesmos direitos e oportunidades

Biografia de Gabriel Garcia Marquez

(1927-) Colômbia Gabriel García Márquez (Aracataca, 6 de março de 1927) é um escritor, jornalista, editor e ativista político colombiano.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra, que entre outros livros inclui o aclamado Cem Anos de Solidão. Foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana.Viajou muito pela Europa e vive actualmente em Cuba a lutar contra o câncer. É pai do realizador Rodrigo García.
Em 1 de abril de 2009 declarou que se aposentou e não pretende escrever mais livros.





Memórias de minhas putas tristes de Gabriel García Márquez

Título: Memórias de minhas putas tristes
Autor: Gabriel García Márquez
Ilustrador:
Editora: Record

MEMÓRIA DE MINHAS PUTAS TRISTES desfia as lembranças de vida desse inesquecível e solitário personagem em mais um vigoroso livro de Gabriel García Márquez. O leitor irá acompanhar as aventuras sexuais deste senhor, narrador dessas memórias, que vai viver cerca de cem anos de solidão embotado e embrutecido, escrevendo crônicas e resenhas maçantes para um jornal provinciano, dando aulas de gramática para alunos tão sem horizontes quanto ele, e, acima de tudo, perambulando de bordel em bordel, dormindo com mulheres descartáveis, até chegar, enfim, a esta inesperada e surpreendente história de amor.


DOZE CONTOS PEREGRINOS de Gabriel García Márquez

Título: DOZE CONTOS PEREGRINOS
Autor: Gabriel García Márquez
Ilustrador:
Editora: Record

Existem livros que conseguem reunir impressões raras sobre os homens. Assim é “Doze contos peregrinos” (Doce Cuentos peregrinos) do escritor colombiano Gabriel García Marquez. Traduzida no Brasil por Eric Nepomuceno através da editora Record, a obra traz os melhores contos escritos durante 18 anos entre a década 70 e 80. Como o prefácio anuncia, “Foi uma rara experiência criativa que merece ser explicada... a primeira idéia me ocorreu no começo da década de setenta, a propósito de um sonho esclarecedor... sonhei que assistia ao meu próprio enterro... Não sei por que, interpretei aquele sonho exemplar como uma tomada de consciência da minha identidade, e pensei que era um bom ponto de partida para escrever sobre as coisas estranhas que acontecem aos latino-americanos na Europa...”  



Com este impulso, o escritor anotou no caderno escolar de um de seus filhos, 64 temas sobre fatos que lia e também tudo o que observava ao seu redor numa viagem de férias para Barcelona em relação a situação muitas vezes constrangedora de latino americanos no Velho Mundo. “É uma coleção de contos curtos, baseados em fatos jornalísticos, mas redimidos de sua condição mortal pelas astúcias da poesia”. E poesia é que não falta na complexidade da obra considerada uma das mais importantes do mundo da literatura, recebendo em 1982 o Prêmio Nobel.



A linha que costura os contos é a solidão dos que peregrinam pelo mundo - muitas vezes sem perspectivas de sonhos - tendo Genebra, Roma, Paris e Barcelona como pano de fundo. Nesse contexto, os personagens vivem a trágica monotonia da vida de uma maneira Garcia Marquez de ser, carregando a suavidade e o peso do estilo de obras como “Cem Anos de Solidão” ou “Memórias de Minhas Putas Tristes”. Um dos personagens interessantes do livro é Maria de Cervantes no conto “Só Vim Telefonar”, o quinto dos doze contos. Nele, a história de uma atriz mexicana aluga um carro para viajar até Barcelona. No deserto de Monegros o carro quebra e ela pede ajuda e um ônibus muda o seu destino. Confundida como louca – semelhante as que estavam no ônibus – Maria passa a viver um confinamento em um hospício e perde todo seu passado em algumas semanas. A forma como Marquez constrói o conto é primoroso. O leitor consegue viver toda a dor, solidão e angústia de Maria de Cervantes e as 23 páginas parecem durar toda uma vida.



Durante o processo, o escritor percebeu a complexidade de se escrever contos. “o conto, por sua vez, não tem princípio nem fim: anda ou desanda”... e assim teceu como mestre que é uma colcha de retalhos do fino de sua literatura, levando na obra a angustia de se buscar na vida um pouco mais de sonho, seja como for.


O OUTONO DO PATRIARCA de Gabriel García Márquez

Título: O OUTONO DO PATRIARCA
Autor: Gabriel García Márquez

Ilustrador:
Editora: Record

O Outono do Patriarca foi publicado pela primeira vez em 1975, mas Gabriel Garcia Marquez começara a escrevê-lo alguns anos antes, mais precisamente em 1958. Era ainda então "uma narrativa conformista e linear, na terceira pessoa" sobre um general, ditador imaginário das Caraíbas,e sofreu o primeiro assalto na Cuba recém-saída da revolução. Nessa altura o escritor, no seu papel de jornalista, assistiu ao julgamento de um outro general num estádio sobrelotado, o que o levou então a perceber que se impunha escrever de outro modo o mundo do seu ditador eterno. O general era filho de uma criadora de pássaros, Bendición Alvarado que, ao vê-lo pela primeira vez de uniforme de cerimónia com as medalhas de ouro e as luvas de cetim que continuou a usar durante o resto da sua vida, exclamou "se eu soubesse que o meu filho vinha a ser Presidente da Rpública tinha-o mandado à escola". O tirano dizia ter sido concebido pela graça divina , fez-se Messias, aclamado pelo povo e atacado pelo "vícío solitário do poder, até o seu próprio compadre serviu ao jantar, o corpo recheado de pinhões e ervas aromáticas. Foi, hipoteticamente, pai de cinco filhos, todos nascidos de sete meses, dono de umas mãos sem mácula de linhas nas palmas, de uns enormes pés chatos e de um descomunal testículo que lhe encheu de dor toda a sua longa vida. E a sua morte, que ocorreu numa idade incerta entre os 107 e os 232 anos foi aplaudida com música, foguetes e sinos anunciando ao mundo "a boa nova de que o tempo incontável da eternidade tinha finalmente acabado". Isolado no seu palácio e transformado, com o passar do tempo, num velho e decadente ditador latino-americano, o general torna-se numa síntese da história de um continente submetido durante décadas aos regimes totalitários. Deste livro disse Gabriel Garcia Marquez "o que foi difícil não foi escrevê-lo, mas tirá-lo de cima de mim".



Fonte: Shvoong

Do Amor e Outros Demônios de Gabriel García Márquez

Título: Do Amor e Outros Demônios
Autor: Gabriel García Márquez
Ilustrador:
Editora: Record

Tudo começa quando Gabriel García Márquez fica encarregado de uma reportagem em Bogotá, no ano de 1949. Ao cobrir a remoção das criptas funerárias do convento de Santa Clara, o então jovem jornalista depara-se com um caixão que abriga uma ossada com cabelos de aproximadamente 22 metros. Mesmo informado de que esse fato não é incomum, Márquez relaciona o fato a uma lenda que sua avó contava, sobre uma marquesinha venerada no Caribe por ser considerada milagrosa e que havia sido mordida por um cachorro e morrido de raiva. A marquesinha possuía uma cabeleira "que se arrastava como a cauda de um vestido de noiva".

Anos depois, agora um escritor de sucesso, Márquez cria uma história para a menina que se passa há 200 anos atrás em territórios sul americanos. A menina Sierva Maria Todos los Ángeles, filha do Marquês de Casalduero é mordida por um cachorro com raiva. Rejeitada pelos pais desde pequena, a menina havia sido criada entre os escravos e só depois desse incidente o pai começa a dar mais valor a ela. Recorre-se a curandeiros, feiticeiros, bruxas, tudo para retirar o diabo do corpo dela.

Ao chegar aos ouvidos do Santo Ofício, o Marquês é pressionado a deixar a filha dele em um convento, para ser ajudada pelos "obreiros" de Deus. A criança é encarcerada e, ao chegar, estranhos acontecimentos acontecem, até que ela passa a receber a ajuda do Padre Cayetano Delaura, que a principio só queria ajudar a garota. Mas logo a ajuda transforma-se em amor.



domingo, 24 de abril de 2011

O que a LEITURA pode fazer por você?

Bastam 15 minutos por dia mergulhado nos livros para você se dar melhor nos estudos e na vida.

1. Solta sua imaginação.
2. Estimula sua criatividade.
3. Aumenta seu vocabulário.
4. Facilita a escrita.
5. Simplifica a compreensão das coisas.
6. Ajuda na vida profissional.
7. Melhora a comunicação com os outros.
8. Amplia seu conhecimento geral.
9. Liga seu senso crítico na tomada.

Fonte: Educar para Crascer

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Os segredos das melhores bibliotecas

Biblioteca Monteiro Lobato, na Vila Buarque

A falta de hábito de leitura é um grave problema para os brasileiros. Pesquisas recentes mostram que a população do país vem lendo mais nos últimos anos, mas o percentual de leitores ainda é muito baixo (de acordo com o estudoRetratos da Leitura no Brasil, de 2008, 45 % da população estudada não leu nenhum livro nos últimos 3 meses, e é considerada não-leitor pela pesquisa).

Embora 67 % dos brasileiros saibam que existe uma biblioteca perto de seus lares, apenas 1 em cada 4 cidadãos as freqüentam, de acordo com o Retratos da Leitura. A má condição dos estabelecimentos é um dos principais fatores que contribuem para esse distanciamento do público. O Retratos da Leitura mostra que 20 % dos leitores do país não vão às bibliotecas por causa da precariedade dos estabelecimentos.

Prédios velhos, falta de acervo, verba curta, má administração, entre outros, são alguns dos motivos que afastam o público das bibliotecas, e, consequentemente, da leitura. Se os brasileiros leem pouco, uma das causas é certamente a falta de acesso que a população tem aos livros.

Fazer com que as bibliotecas tenham maior alcance e sejam disseminadoras do conhecimento é um desafio e tanto, mas, é possível, como mostram experiências bem-sucedidas pelo Brasil. Conheça a seguir algumas ações que contribuem para a valorização das bibliotecas e estimulam o prazer da leitura.
Texto: Camilo Gomide
Fonte: Educar para Crescer

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O Alienista em Cordel de Machado de Assis

Título: O Alienista em Cordel
Autor: Machado de Assis
Adaptação: Rouxinol do Rinaré
Ilustrador: Erivaldo
Editora: Nova Alexandria

O Conto O ALIENISTA , que narra as peripécias de Simão Bacamarte, ganhou, pelas mãos do poeta Rouxinol do Rinaré, mais uma excelente adaptação  para a Coleção Clássicos em Cordel.


Ó Ser que tem me inspirado
Nos romances que já fiz,
Agora conduz meu estro,
Para que eu seja feliz,
Adaptando este conto
De Machado de Assis.

Ao final, Rouxinol passa aos que lêem a sensação do dever cumprido, por ter sido fiel ao texto original e por tê-lo trazido às novas gerações, mantendo suas principais características: o bom humo e a ironia.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

10 dicas para incentivar o seu filho a ler.


"Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava em um outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro." O relato é de Lygia Bojunga. Quando criança, elafazia do livro um brinquedo. Já adulta, transformou-se em uma das principais escritoras brasileiras de livros infantis. A história de Lygia ilustra e comprova a teoria de que o contato com os livros desde cedo é importante para incentivar o gosto pela literatura. 


Os benefícios da leitura são amplamente conhecidos. Quem lê adquire cultura, passa a escrever melhor, tem mais senso crítico, amplia o vocabulário e tem melhor desempenho escolar, dentre muitas outras vantagens. Por isso, é importante ler e ter contato com obras literárias desde os primeiros meses de vida. Mas como fazer com que crianças em fase de alfabetização se interessem pelos livros? É verdade que, em meio a brinquedos cada vez mais lúdicos e cheios de recursos tecnológicos, essa não é uma tarefa fácil. Mas pequenas ações podem fazer a diferença



"O comportamento da família influencia diretamente os hábitos da criança. Se os pais leem muito, a tendência natural é que a criança também adquira o gosto pelos livros", afirma Rosane Lunardelli, doutora em Estudos da Linguagem e professora Universidade Estadual de Londrina (UEL). A família tem o papel, portanto de mostrar para a criança que a leitura é uma atividade prazerosa, e não apenas uma obrigação, algo que deve ser feito porque foi pedido na escola, por exemplo. "As crianças precisam ser encantadas pela leitura", diz Lucinea Rezende, doutora em Educação e também professora da UEL.



Para seduzir pela leitura, há diversas atividades que os pais e outros familiares podem colocar em prática com a criança e, assim, fazer do ato de ler um momento divertido. No período da alfabetização - antes dela e um pouco depois também -, especialistas sugerem que se misture a leitura com brincadeira, fazendo, por exemplo, representações da história lida, incentivando a criança a criar os próprios livros e pedindo que a criança ilustre uma história. "Para encantar as crianças pequenas, é essencial brincar com o livro", recomenda Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Maria Afonsina também dá uma dica: nunca reclame dos preços dos livros diante do seu filho. "O livro precisa ser valorizado", diz ela. 



Leia a seguir dicas para transformar o seu filho em fase de alfabetização em um pequeno grande leitor:


1. Respeite o ritmo do seu filho:
Não se preocupe se o livro escolhido pelo seu filho parecer infantil demais. Cada criança tem um ritmo diferente. O importante é que o livro esteja sempre presente. A criança costuma dar sinais quando se sente preparada para passar para um próximo nível de leitura. "É preciso estudar o outro, entender o que ele gosta e respeitar as preferências", afirma Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da UESB


2. Siga o gosto do seu filho:
Talvez o que o seu filho gosta de ler não seja exatamente o que você gostaria que ele lesse. Mas, para adquirir o hábito a leitura, é preciso sentir prazer. Então, se o seu filho prefere ler livros de super-heróis aos clássicos contos de fada, por exemplo, não se preocupe (e nem pense em proibi-lo!). "É importante entender a criança e lhe proporcionar leituras que atendam aos seus desejos", diz Rosane Lunardelli, da UEL.


3. Faça passeios que tragam a leitura para o cotidiano:
"Os pais precisam dar possibilidades para que as crianças se sintam envolvidas pela leitura", recomenda Lucinea Rezende, da UEL. Por isso, no seu tempo livre, procure fazer atividades com o seu filho que você possa relacionar com um livro. Uma ida ao zoológico, por exemplo, torna-se muito mais interessante depois que a criança leu um livro sobre o reino animal. E vice-versa: uma leitura sobre animais é mais bacana depois que a criança teve a oportunidade de ver de perto os bichinhos. E, assim como essa, há muitas outras maneiras de juntar passeios de fim de semana com a leitura: livro de experiências + visita a museu de ciências, livro de história + passeio em local histórico, visita a museu de arte + livro infantil sobre arte... As possibilidades são inúmeras!


4. Incentive a leitura antes de dormir:
Incentive o seu filho a ler todas as noites. E, se ele ainda não for alfabetizado, conte histórias para ele antes de dormir. Por isso, é importante que ele tenha uma fonte de iluminação direta ao lado da cama, como um abajur. Uma ideia bacana é dar um presente para a criança nos fins de semana: permita que ela fique acordada até um pouco mais tarde para ler antes de dormir. A professora Maria Afonsina Matos, da Uesb, relata que costumava contar histórias para os seus filhos todas as noites. "Hoje eles são adultos que leem muito", conta.


5. Improvise representações dos livros:
"Concluída a leitura de um livro, os pais podem organizar peças de teatro baseadas na obra", sugere Lucinea Rezende, da UEL. Uma boa ideia é convidar outras crianças para participar da atividade. Os adultos podem ajudá-las a elaborar uma espécie de roteiro e pensar nas vestimentas e nos cenários a serem criados. Depois dos ensaios, a peça pode ser apresentada para um grupo de pais ou para toda a família. Também é interessante gravar com o celular ou uma filmadora a encenação da peça, para que depois a criança possa ver o próprio desempenho.


6. "Publique" o livro do seu filho:
Proponha para o seu filho que ele faça o próprio livro. "As crianças gostam de criar histórias, viver personagens, imaginar paisagens", diz Maria Afonsina Matos, da Uesb. Primeiro, peça que ele tire fotos (e imprima-as) ou recorte figuras de revistas antigas. Depois, a partir das imagens, peça que ele escreva uma história. Ajude-o a criar uma capa para o livro e, por fim, coloque-o na estante, junto com outros livros. Que criança não adoraria ter um livro de sua autoria na biblioteca de casa?


7. Organize um CLubE dE LEitURa:
Convide amigos e colegas de escola do seu filho para uma espécie de festa da leitura. No início, cada criança lê o trecho de um livro que pode até ser escolhido por eles (mas com orientação dos adultos). Depois de lida a obra, organize um debate sobre a história. Tudo isso pode ser feito durante uma tarde de sábado ou domingo, com direito a guloseimas que as crianças adoram, como cachorro-quente e chocolate quente (no fim de semana, pode!). "Na infância, a leitura tem de estar ligada a uma atividade divertida", afirma Rosane Lunardelli, da UEL.


8. Ajude-o a ler melhor: 
Muitas crianças ficam frustradas por ler muito devagar em voz alta. Se é o caso do seu filho, você pode ajudá-lo fazendo exercícios, como cronometrar o tempo que ele leva para ler um texto ou o trecho de um livro em voz alta. A atividade pode ser repetida várias vezes em dias diferentes e, assim, a criança vai poder comprovar o próprio desenvolvimento. Para aprimorar a atividade, peça que ele faça vozes diferentes para cara personagem da história. "A sonoridade fascina as crianças", explica Lucinea Rezende, da UEL.


9. Não pare de ler para ele: 
Após a alfabetização, é importante incentivar que a criança leia sozinha, mas isso não significa que você deva parar de ler para ela. Quando um adulto lê em voz alta um livro um pouco mais difícil, a criança é capaz de compreendê-lo, o que provavelmente não aconteceria se ela estivesse lendo sozinha. Abuse das vozes diferentes, dos sons, das entonações. Assim, a história fica muito mais emocionante. Parlendas e músicas, por exemplo, são ideais para serem lidas em voz alta. "Histórias lidas em voz alta e com emoção deixam as crianças mais leves, mais soltas", afirma Maria Afonsina Matos, da Uesb.


10. Freqüente livrarias e bibliotecas:
"Para adquirir o gosto pela leitura, a criança precisa se familiarizar com o ambiente de leitura", diz Rosane Lunardelli, da UEL. E, enquanto o acervo literário de casa é limitado, nas livrarias e nas bibliotecas a criança pode ter contato com uma infinidade de obras diferentes. Transforme as idas a livrarias, bibliotecas e feiras do livro em um programa de fim de semana. Hoje, nas grandes cidades, muitas livrarias e bibliotecas públicas oferecem atividades específicas para as crianças. E esse programa ainda é de graça. Algumas livrarias, inclusive, têm espaços para leitura (sem que os livros precisem ser comprados!).


Texto: Marina Azaredo
Fonte: Educar para Crescer 

Desafios de Cordel de César Obeid

Título: Desafios de Cordel
Autor: César Obeid
Ilustrador: Fernando Vilela
Editora: FTD


Desafios de Cordel apresenta um panorama da literatura de cordel e do repente de viola, duas autênticas manifestações da cultura popular brasileira. São apresentados, com muito humor, os ciclos do reconto, jornalístico, biográfico e diversos desafios, inspirados nas famosas pelejas entre cantadores repentistas. Os poemas são enriquecidos por belas ilustrações feitas em técnica mista, incluindo a xilogravura, técnica de ilustração típica das capas dos folhetos tradicionais.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Feliz Ano Velho de MARCELO RUBENS PAIVA

Título: Feliz Ano Velho
Autor: MARCELO RUBENS PAIVA
Ilustrador: 
Editora: ARX


Marcelo e alguns amigos foram aproveitar o calor, o sol, em uma cachoeira.Grita alegre que iria procurar um tesouro e pula estilo Tio Patinhas quando pula na sua piscina de moedas.Local raso e ele bate a cabeça no fundo ficando por algum tempo ouvindo um zumbido, sem nada entender.Não consegue mexer braços e pernas, tem consciência que pode morrer afogado e procurar evitar respirar para boiar.Sua mente trabalha rápido e pensa em vários coisas até filmes que assistiu, em total pressa de encontrar uma solução, brinca inclusive com a possibilidade da morte.Quase desistindo sente o ar, alguém o tirou da água, colocam em pé mas ele não fica, muito sangue sai de sua cabeça e vendo o quanto era sério os amigos o levam para um hospital.Momentos de intenso desespero, para ele e todos que estavam ao seu lado inclusive o corpo médico.Daí em diante Marcelo passa por momentos intensos de reflexão, revive como em uma tela de cinema o filme de sua vida.

Os 5 livros que marcaram a juventude de Lorena Calabria por: Marion Frank


Jornalista e amante dos livros, Lorena Calabria indica cinco obras inesquecíveis (Foto: Marcos Rosa)

A carioca Lorena Calabria, 45 anos, é jornalista. Dessas que tem o rosto conhecido de tanto já que apareceu na TV (Bandeirantes, Cultura, MTV, GNT, Record e Globo, entre outras). Este ano é a voz que vem ganhando destaque por apresentar, ao vivo, o programa Radio Café, na OiFM São Paulo – mas, a partir de 31 de março, também vai trabalhar como âncora do Sonora Livre, programa semanal do portal Terra. Mãe das gêmeas Dora e Catarina, de oito anos, é o caso de questionar desde já se lhe sobra tempo, no dia a dia, para se dedicar à leitura.
Acontece que uma das prioridades de Lorena – casada com Mauricio Arruda, diretor e roteirista da Rede Globo –, ao se mudar para São Paulo, em 1990, foi acomodar os livros na bagagem. “Não era uma grande coleção, mas eles tinham um enorme valor para mim e fizeram companhia nos primeiros anos por aqui”, conta. Lorena não teve a sorte de herdar a biblioteca de um parente, muito menos o hábito de leitura dos pais. “Fui descobrindo esse prazer aos poucos e hoje me orgulho de transmiti-lo para as minhas filhas”.

O prazer da leitura veio com outros, agregados.  Caso de garimpar em sebos e visitar as feiras de livros atrás de raridades, por exemplo. Para ela, fazer a lista dos cinco livros favoritos foi “um trabalho hercúleo… Optei por escolher os que me lembraram a fase em que a literatura andava lado a lado com o cinema e a música na minha lista de interesses”, reconhece. São leituras que datam do período entre 18 e 24 anos, quando Lorena cultivava o hábito de colocar mês e ano na primeira folha do livro adquirido.

Feliz Ano Velho (Marcelo Rubens Paiva)


"Era leitura obrigatória na época em que foi lançado (1982). E, para quem tinha quase a mesma idade do escritor, o livro falou bem alto. Era a primeira vez que alguém escrevia sobre o que se passava com a gente: incertezas, descobertas, amores etc. Tudo isso com um humor que, anos depois, percebi ser característica do Marcelo, tanto como autor como pessoa. Ele passou por poucas e boas e mesmo assim sempre manteve essa invejável alegria de viver. Nós nos aproximamos por amigos em comum e, depois de ter vindo para São Paulo, a amizade deslanchou. Voltando ao livro, Feliz Ano Velho foi o meu primeiro romance de formação. Ele falava não só a minha língua, mas também a de toda uma geração que se viu adulta nos anos 80, sem ideais para lutar, mas sabendo que a barra tinha pesado e deixado marcas profundas”.



O Retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde)
“A cada vez que me lembro do livro (publicado em 1890) fico impressionada com a sua contemporaneidade. O desejo de controlar o envelhecimento, a obsessão por permanecer jovem e belo – a aparência, acima de tudo. Lembro de ter devorado o livro num fim de semana e depois voltado a ele e sublinhado passagens… Uma experiência vertiginosa! Ela me revelou a acidez do texto, a perspicácia de Wilde, ardiloso e também espirituoso. Isso tudo mais o talento de frasista. Cheguei a ver uma adaptação do livro para o cinema, mas ela me causou desconfiança. Porque aquela atmosfera sinistra do livro jamais será retratada, tem de ficar ‘presa’ na nossa imaginação”.







Os Sofrimentos do Jovem Werther (Johann Wolfgang Goethe)
“Ainda não li algo que seja superior na categoria ‘histórias de amor’. E olha que tem muito concorrente de peso! Para mim, ele é ‘A’ historia de amor, a do Amor puro, desmedido, dilacerante. O sentimento vai tomando conta do personagem e o leitor vira cúmplice do amor não correspondido. O sofrimento de Werther funciona como aula do amor incondicional com aquela sensação de que sofrer por amor enobrece o ser humano… Anos depois, o meu olhar sobre o livro ganhou outra dimensão, após a leitura de ‘Fragmentos de um Discurso Amoroso’, de Roland Barthes, onde a obra de Goethe ganhou várias citações. O foco passou a ser a idealização do ser amado e acabei revivendo, pelas mãos de Barthes, a emoção da primeira leitura de Werther.”





Pé na Estrada (Jack Kerouac)



“Tem livros que fico com medo de reler e estragar o impacto da primeira vez… Pé na Estrada é um deles. Alguma coisa acontece, quando você tem 20 anos e lê ‘a Bíblia dos beatniks’ – a narrativa desenfreada e o turbilhão de sentimentos bateram em mim como uma música que leva ao transe. Embarquei de cara naquela viagem e fiquei anos fantasiando o ‘meu’ Pé na Estrada. Na verdade, o mais perto que cheguei foi uma viagem à Califórnia dez anos depois, com direito a rodar pela lendária Route 66… foi quando o desvario de Kerouac e de toda a turma apareceram como fantasmas ao meu redor. Posso garantir que não estava alterada por alguma ‘substância’, era mesmo só emoção e delírio. Hoje, o que ficou do livro foi muito mais importante do que seguir os passos de Jack Kerouac: a vontade de por o pé na estrada está presente toda vez que deixo a poeira para trás e sigo em frente, usando como bússola o meu coração”.

A Espuma dos Dias (Boris Vian)
“Esse é, com certeza, o menos conhecido da minha lista, mas não menos importante. Cheguei a ele por acaso, procurando por novidades numa feira de livros do Largo do Machado, no Rio. Lembro que fiquei impressionada com a linguagem, o livro tem um estilo único, cheio de passagens com toques surrealistas. Era ao mesmo tempo onírico e real, fazendo brincadeiras com personalidades como Jean-Paul Sartre que vira ‘Jean Soul Partre’. Foi ele que me abriu as portas para outros universos literários, como o realismo fantástico. O que ficou daquela bela e triste história de amor foi o valor da amizade e do afeto que une algumas vidas e são impassíveis diante da morte.”




Fonte: Educar Para Crescer. 


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Literatura e Poesia.

No projeto A Hora e a Vez do Vestibular, as Bibliotecas Públicas, o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e o Centro Cultural São Paulo recebem professores de literatura que analisam e discutem as nove obras da literatura brasileira que são exigidas nos principais vestibulares de São Paulo. Abrindo a série de encontros, especialistas ministram palestras seguidas de bate-papo sobre literatura brasileira, em que o tema não se restringe a uma obra apenas, e sim a um tema mais geral relacionado aos livros exigidos e seus autores. (100 vagas, mediante confirmação de inscrição) - inscrições: da sexta-feira anterior até a quinta-feira da semana da palestra, podendo encerrar antes caso as vagas sejam preenchidas. Os interessados devem mandar um email com nome e RG para ahoraeavezdovestibular@gmail.com e aguardar o email resposta. Esta resposta deverá ser impressa e trazida no dia da palestra e apresentada juntamente com o RG. Informações: Divisão de Ação Cultural Educativa - tel. 3397-4037 - Sábados, das 10h30 às 12h30 - Sala Lima BarretoAtenção: As inscrições são semanais. Inscrições para outras semanas serão automaticamente desconsideradas.



dia 2/4 Palestra inaugural 
com: Andréa Catropa



dia 9/4 Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente 
com: André Renato



dia 16/4 Iracema, de José de Alencar
com: André Renato

dia 30/4 

Memórias de um sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida
com: André Renato




Clube de leitura de poesia



dia 13/4 - quarta
19h30 às 21h Frederico Barbosa
O poeta convidado Frederico Barbosa (professor e crítico literário, que dirigiu a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura) conversará com o público sobre sua carreira literária e fará uma leitura de seus poemas. Em seguida, os participantes serão convidados a fazer perguntas, num bate-papo informal. Haverá um sarau livre, no qual todos os autores presentes poderão ler seus poemas. Entrada franca (sem necessidade de retirada de ingressos) - Restaurante Graffiti do CCSP


Poesia dos quatro cantos

dia 7/4 - quinta
20h30 às 22h Diwán - recital poético-musical árabe típico 
músicos: Jihad Smaili, Maurício Mouzayek, Eli Mouzayek, William Bordokan, Bruno Mansini - dançarina: Fadua Chuffi - bailarinos: Nasar Mohamed Bouzken, Kamis Araman, Gilson Rodrigues da Silva e Samir Taha - poeta: Michel Sleiman
Poesia dos quatro cantos é uma atividade mensal dedicada à divulgação da poesia internacional, em um formato que inclui a leitura de poemas na língua original e com tradução, incluindo danças e músicas típicas de cada país, nos intervalos das leituras. Em abril, será realizado um diwán - recital poético-musical árabe típico. (90min) - Entrada franca (sem necessidade de retirada de ingressos) - Praça das Bibliotecas


Poetas de cabeceira

dia 29/4 - sexta
19h30 às 21h Manuel Bandeira
palestrante: Marcelino Freire (escritor)
O convidado participa de palestra sobre o poeta pernambucano Manuel Bandeira, comentando biografia do autor, época, importância para a renovação da literatura brasileira e, sobretudo, sua experiência pessoal como leitor da poesia de Manuel Bandeira, que influenciou sua decisão de dedicar-se à vida literária. Entrada franca (sem necessidade de retirada de ingressos) - Sala de Debates

infanto-juvenil

Arte latino-americana



Sábados e domingos, às 14h30 - Sala de Leitura Infanto-Juvenil da Biblioteca Sergio Milliet - Entrada franca

Contos e histórias do folclore latino-americano 
com: Priscila Harder, Juliana Offenbecker e Camila Andrade (Cia. Contos em Canto)
As apresentações de contação de histórias mesclam narração, dramatização, músicas e brincadeiras populares. A Cia. Conto em Cantos reuniu diversas histórias populares que retratam um pouco da cultura dos países latino-americanos. (50min)

dias 2, 3, 16 e 17/4

Peraltagens de Pedro 
Imagine histórias vividas em diferentes partes da América Latina. E o que elas têm em comum? Todas elas foram vividas por diferentes Pedros, no Brasil, na Guatemala e na Venezuela.
Histórias: As Esdrúxulas (Brasil), Pedro Urdemales (Guatemala), O Pássaro Lapão (Brasil) e Pedro Rimales, o curandeiro (Venezuela).
dias 9, 10, 30/4 e 1º/5 

Em cada canto um conto
Neste bloco reunimos divertidas histórias populares de diferentes cantos da América Latina.
Histórias: Domingo sete (Colômbia), Grilo, o adivinho (Trinidad), A vara de São Marmelo (Peru) e Porque o cachorro é inimigo do gato e o gato do rato (Brasil).
Atenção: Nos dias 30/4 e 1º/5, haverá intérprete de Libras.

Biografia de Fiodor Dostoievski


Primeiros anos


Fiódor foi o segundo dos sete filhos nascidos do casamento entre Mikhail Dostoyevski e Maria Fedorovna. A mãe do escritor morreu quando ele ainda era muito jovem, de tuberculose, e o pai, o médico Mikahil Dostoievski, pode ter sido assassinado pelos próprios servos, que o consideravam autoritário. Alguns biógrafos afirmaram que foi quando Dostoievski teve sua primeira crise epilética, fato disputado pelos seus atuais estudiosos, principalmente Joseph Frank.

É aceito hoje por alguns biógrafos, porém sem provas concretas, que o doutor Mikhail Dostoiévski, seu pai, foi assassinado pelos próprios servos de sua propriedade rural em Daravói, indignados com os maus tratos sofridos. Tal fato teria exercido enorme influência sobre o futuro do jovem Fiódor, que desejou impetuosamente a morte de seu progenitor e em contrapartida se culpou por isso, fato que motivou Freud a escrever o polêmico artigo Dostoiévski e o Parricídio. Freud é muito criticado por alguns estudiosos por ter escrito seu ensaio baseado em rumores, sem uma pesquisa profunda sobre a vida de Dostoiévski.


Início da carreira literária


Na Academia Militar de Engenharia , em São Petersburgo, Dostoiévski aprendeu matemática e física. Também estudou a obra de Shakespeare, Pascal, Victor Hugo e E.T.A. Hoffmann, já que a faculdade tinha um bom programa de literatura, que focava principalmente a produção francesa. Nesse mesmo ano, escreveu duas peças românticas, Mary Stuart e Boris Godunov, influenciado pelo poeta romântico alemão Friedrich Schiller. Dostoiévski descrevia-se como um "sonhador" em sua juventude e, em seguida, um admirador de Schiller.

Em 1843, terminou seus estudos de engenharia e adquiriu a patente de tenente militar, ingressando na Direcção-Geral dos Engenheiros, em São Petersburgo.




Exílio na Sibéria


Dostoiévski foi detido e preso em 23 de abril de 1849 por participar de um grupo intelectual liberal chamado Círculo Petrashevski, sob acusação de conspirar contra o Nicolau I da Rússia. Depois das revoluções de 1848, na Europa, Nicolau mostrou-se relutante a qualquer organização clandestina que poderia pôr em risco sua autocracia.


A principal acusação contra Dostoiévski foi por ter lido em público, em duas ocasiões, uma carta aberta de Bielínski, então falecido, ao escritor Nikolai Gogol, em que o escritor é criticado por suas visões políticas e sociais conservadoras.
O Círculo Petrashevsky era dedicado principalmente à discussão das condições de vida na Rússia, centrada nas obras da imensa biblioteca de obras proibidas de Petrashevsky, obras que, segundo os registros da sociedade, Dostoiévski consultou em várias ocasiões. Na verdade, Dostoiévski não ia às reuniões do Círculo há mais de três meses quando foi preso, e paticipava realmente de uma organização radical liderada por Nikolai Spechniev, radical que se tornaria o protótipo para Nikolai Stavróguin, protagonista de Os Demônios. Essa organização, porém, não foi descoberta pelas autoridades e sua existência só veio a público em 1922.
Em 23 de abril de 1849, ele e os outros membros do Círculo Petrashevski foram presos. Dostoiévski passou oito meses na Fortaleza de Pedro e Paulo até que, em 22 de dezembro, a sentença de morte por fuzilamento foi anunciada. Em 23 de dezembro, os membros foram levados ao lugar da execução, e três membros do grupo, inclusive o próprio Petrashevski, foram amarrados aos postes em frente ao pelotão. Dostoiévski era um dos próximos, e se lembrou, posteriormente, de ter dividido seu tempo para se despedir dos amigos e refletir sobre sua vida. 
Também foi na prisão que Dostoiévski sofreu seu primeiro ataque de epilepsia, doença que o acompanharia pelo resto da vida, e que também atinge vários de seus personagens, como o Príncipe Míchkin (O Idiota), Kiríllov (Os Demônios) e Smerdiákov (Os Irmãos Karamázov). Embora alguns biógrafos insistam que a primeira crise de Dostoiévski aconteceu antes da prisão, as cartas que ele enviou ao irmão deixam bastante claro que ele só começou a apresentar a doença durante sua prisão. Os estudos médicos nunca chegaram a um acordo sobre a epilepsia de Dostoiévski. Freud afirmou que era uma doença histérica, e não epilepsia.
Não só pelas Cartas mas também pelos testemunhos deixados por seus contemporâneos, podemos perceber que Dostoiévski nunca abandonou a religião Ortodoxa, na qual fora criado, ao contrário da lenda que se formou posteriormente.
Foi libertado em 1854 e condenado a quatro anos de serviço no Sétimo Batalhão, na fortaleza de Semipalatinsk, no Cazaquistão, além de soldado por tempo indefinido. Apaixonou-se por Maria Dmitriévna Issáieva, mulher de um conhecido. Com a morte do marido e já no próximo ano, em fevereiro de 1857, casaram-se. Na noite de núpcias Dostoiévski sofreu uma violenta crise de epilepsia.
Maria Dmitriévna Issáieva já tinha um filho de oito anos do primeiro casamento, Pável Issáiev, frequentemente referido pelo apelido de Pácha na biografia do escritor. Ela sofria de tuberculose, e é aceita como o modelo para Katerina Marmeladova de Crime e Castigo

Carreira literária tardia


Depois de dez anos voltou à Rússia. Na Sibéria chamou a experiência de uma "regeneração" das suas convicções, rejeitou a atitude condescendente de intelectuais, que pretendiam impor seus ideais políticos sobre a sociedade, e chegou a acreditar na bondade fundamental da dignidade e do povo comum. Descreveu esta mudança no esboço que aparece em O Diário de um EscritorO Mujique Marei: "Sou filho da descrença e da dúvida, até ao presente e mesmo até à sepultura. Que terrível sofrimento me causou, e me causa ainda, a sede de crer, tanto mais forte na minha alma quanto maior é o número de argumentos contrários que em mim existe! Nada há de mais belo, de mais profundo, de mais perfeito do que Cristo. Não só não há nada, mas nem sequer pode haver."

or este tempo começou a escrever Memórias da Casa dos Mortos, baseado em suas experiências como prisioneiro. Como ex-forçados eram proibidos de escrever memórias e relatos, Dostoiévski disfarçou a obra como ficção, dizendo-a obra de um homem preso por assassinar a esposa em uma crise de ciúmes. Esse fato gerou um equívoco, e por anos muitas pessoas acreditaram que esse havia sido de fato o crime do escritor. A obra foi um grande sucesso na Rússia, e restabeleceu a reputação literária de Dostoiévski.

Em 1859, após meses de árduo esforço, conseguiu ser solto sob a condição de residir em qualquer lugar, exceto em São Petersburgo e Moscou, e assim, mudou-se para Tver. Ele conseguiu publicar O Sonho do Tio e Adeia Stepánchikovo. As obras não obtiveram as críticas esperadas por Dostoiévski. Em dezembro do mesmo ano, foi finalmente autorizado a regressar a São Petersburgo, onde fundou com seu irmão Mikhail a revista Vremya ("Tempo"), em que publicou o romance em folhetim Humilhados e Ofendidos, que teve grande sucesso.Sua obra Memórias da Casa dos Mortos foi um enorme sucesso quando então publicada em capítulos no jornal O Mundo Russo.

Entre 1862 e 1863, fez várias viagens pela Europa. Durante essas viagens teve um relacionamento amoroso fugaz com Paulina Súslova, uma estudante de ideias progressistas. Perdeu muito dinheiro jogando e retornou à Rússia no fim de outubro de 1863, sozinho e sem recursos. Durante este tempo o seu jornal tinha sido proibido, por publicar um artigo sobre a Revolução Polaca de 1863.

Em 1864, conseguiu editar com seu irmão o jornal chamado Epokha ("Época"), no qual publicou Memórias do Subsolo. Seu ânimo acabou após a morte de sua esposa, seguida pouco depois pela de seu irmão. Além disso, seu irmão Mikhail deixou uma viúva, quatro filhos e uma dívida de 25 mil rublos, tendo de sustentá-los. Dostoiévski sustentava também o enteado Pável Issáiev e o irmão Nikolai Dostoiévski, arquiteto formado mas conhecido alcoólatra.

Para fugir da pressão dos credores, resolveram viajar pela Europa. O casal residiu em Dresden (onde Dostoiévski viu o quadro Cristo Morto de Hans Holbein, o Jovem, de grande importância emO Idiota), Genebra, onde nasceu e morreu pouco tempo depois sua primeira filha, Sônia, o que deixou o escritor arrasado; Milão, Florença e novamente em Dresden, onde nasceu a segunda filha do casal, Liubóv. Em 1868 escreveu O Idiota e, em 1871, terminou Os Demônios, publicado no ano seguinte. A ideia inicial de O Idiota surgiu de uma notícia de jornal sobre uma jovem de quinze anos, Olga Umetskaya, que colocou fogo na casa da família após sofrer anos de maus tratos e espancamentos. A personagem Nastássia Filipóvna foi baseada nela. Já Os Demôniossurgiu do assassinato do jovem I. I. Ivanov, que queria abandonar uma organização radical e foi morto pelos colegas, comandados por Sergey Nechayev. Netcháiev era um conhecido radical, ligado a Mikhail Bakunin, que depois o rejeitou por horror aos seus métodos políticos escusos.

A partir de 1873 publicou em jornal Diário de um Escritor, que escreveu sozinho, compilando histórias curtas, artigos políticos e críticas literárias, obtendo grande sucesso. Em 1875, publicou O Adolescente, na prestigiada revista Os Anais da Pátria. O romance foca em um tema que sempre tinha preocupado o escritor: as famílias acidentais. Esta publicação seria interrompida em 1878 para dar início à elaboração do seu último romance, Os Irmãos Karamazov, que foi publicado em grande parte no jornal russo O Mensageiro.

Em 1880 participou da inauguração do monumento a Aleksandr Pushkin em Moscou, onde proferiu um discurso memorável sobre o destino da Rússia no mundo. Em 8 de novembro desse ano, termina Os Irmãos Karamazov, em São Petersburgo. Morreu nesta cidade, em 9 de fevereiro de 1881, de uma hemorragia pulmonar associada com enfisema e ataque epiléptico. Foi enterrado no Cemitério Tijvin, dentro do monastério Alexander Nevsky em São Petersburgo. Estima-se que o funeral foi assistido por cerca de sessenta mil pessoas. Em sua lápide podem-se ler os seguintes versos de São João, que também serviu como subtítulo de seu último romance, Os Irmãos Karamazov:

"Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto."

 Evangelho segundo João, 12:24