domingo, 27 de junho de 2010

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

"A leitura é uma das capacidades mais importantes do ser humano. Indispensável em qualquer atividade, é uma das principais condições de autonomia e sucesso na vida. Por isso, quem aprende a ler bem todo o tipo de texto adquire um valor seguro que nunca mais irá perder.
(…)
Para viver com autonomia, com plena consciência de si próprio e dos outros, para poder tomar decisões face à complexidade do mundo atual, para exercer uma cidadania ativa, é indispensável dominar a leitura. Determinante no desenvolvimento cognitivo, na formação do juízo crítico, no acesso à informação, na expressão, no enriquecimento cultural e em tantos outros domínios, é encarada como uma competência básica que todos os indivíduos devem adquirir para poderem aprender, trabalhar e realizar-se no mundo contemporâneo.
(in site do Plano Nacional de Leitura)
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
"A leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo."
Paulo Freire
Afinal por que se afirma que é tão importante ler?
Para responder a essa questão, vamos lembrar que o texto - seja de que natureza for - está sempre pronto a ser compreendido, decifrado e interpretado. O processo da leitura exige um esforço que garante uma compreensão ampliada do mundo, de nós mesmos e da nossa relação com o mundo.
Na Roma antiga, o verbo "ler" - do latim legere - além de ler, também podia significar "colher", "recolher", "espiar", "reconhecer traços", "tomar", "roubar". Para os romanos, então, ler era muito mais do que simplesmente reconhecer as palavras e frases dos outdoors de uma avenida, dos índices de desempregos noticiados nos jornais, do discurso político de um candidato à presidência da República, de um poema ou de um conto, de um romance ou de um filme.
Ler é compreender os discursos, mas também é completá-los, descobrindo o que neles não está claramente dito. Talvez "recolher" seja buscar as pistas que o texto tem, "espiar" seja distanciar-se um pouco e não de imediato aquilo que está sendo proposto, "tomar" e "roubar" talvez queira dizer estar prontos a captar, capturar, se apropriar daquilo que está escondido nas entrelinhas de um texto.
Um desfile de palavras vazias? É assim que a leitura se torna criativa e produtiva, pela descoberta dos sentidos do texto e a atribuição de outros. Do contrário, ela se torna apenas assistir a um desfile de letras, palavras e frases vazias, diante de olhos tão passivos, quanto sonolentos.
O mundo simbólico se amplia diariamente. A maior parte dos fenômenos, sejam de natureza política, econômica, social ou cultural, fazem parte de um registro contínuo do homem. Também a reinvenção da realidade por meio dos textos literários, que constroem uma nova linguagem, nos dá a dimensão das emoções, sentimentos, críticas e vivências do homem, na sua busca de sentido para a existência.
Nos contos, crônicas, romances, poemas, nos mais variados textos criados, há sempre um universo interior e exterior de pessoas que vivem ou viveram num determinado tempo e espaço. Ler os textos escritos e as diversas linguagens inerentes ao ser humano é ampliar o nosso próprio mundo simbólico, é desenvolver nossa capacidade de comunicar e criticar, enfim, é um ato contínuo de recriação e invenção.

(Carla Caruso é escritora e pesquisadora, realiza projetos de capacitação
de professores no Estado de São Paulo.)

2 comentários:

Anônimo disse...

LER. LER. LER. LER.LER. LER. Só nisto se fala. Este é o nosso grande objetivo. Não ler, mas LER. Ler com amor, com prazer, entender, viajar, crescer, se fortalecer. É isto que desejo, passar todo meu amor pela leitura para vocês.

Professora Lúcia

Celia Cris Silva disse...

Ler é atribuir sentido ao que se vê, é decifrar o mundo. A leitura prescinde a escrita, pois podemos ler uma figura, uma pessoa, um objeto, antes de aprender a ler um texto. Lemos com todos os sentidos: com os dedos, em braile, com a pele, com os ouvidos, quando ouvimos alguém contar uma história, com os olhos... A leitura dos livros é especialmente rica, e abre portas que nunca mais se fecham, transformando-nos para sempre. Já dizia o querido Mario Quintana: "Livros não mudam o mundo. Quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas."